quinta-feira, 1 de abril de 2010
30/03/2010 Cachorro para pouco público
Dionízio do Apodi
Hoje foi nossa primeira apresentação em Fortaleza, e não tivemos um bom público. Tivemos longe disso. Até antes de iniciarmos o espetáculo apenas pessoas do próprio grupo ocupavam umas poucas cadeiras, das cento e cinquenta que haviam na praça.
Foi tudo muito corrido. Saimos de Aracati para Fortaleza às 10h, e quando chegamos na capital cearense, passamos mais de uma hora procurando a pousada onde ficaremos até a manhã do sábado. O resultado desta correria foi termos que almoçar depois das 14h, e só começarmos a preparar o local do espetáculos depois das 15h30. E as apresentações em Fortaleza acontecerão sempre às 18h, na praça do Centro Cultural do Banco do Nordeste, no centro. Já fizemos apresentações neste mesmo local, de outras vindas, mas nunca com a estrutura que temos agora. Lembrei, ao chegar no local, que até um show de Geraldo Azevedo já abrimos, nas comemorações dos cinquenta anos do Banco do Nordeste, há alguns anos atrás.
Mas hoje foi diferente. As cadeiras estavam lá, mas com pouca gente para sentar. Quando Zelito cantou, na abertura da noite, Os Animais têm razão, de Antônio Francisco, as poucas pessoas que passavam, pararam para ouvir. Quando começamos o espetáculo O Pulo do Gato, já tínhamos algumas cadeiras ocupadas, agora sim, por pessoas que não eram do grupo.
Foi bom fazer O Pulo do Gato na rua. Não estavam as condições adequadas postas, mas foi bom para eu observar e ver o que pode ser melhor. Primeiro, continuo achando que os atores deste espetáculo precisam saber a diferença de apresentar o mesmo espetáculo em locais diferentes. Precisamos de atores que tenham consciência de que devem tomar posicionamentos diferentes durante a sua representação, a partir do local da apresentação. Não dá para experienciar a rua da mesma forma que é a sala, o palco, a lona. Os atores precisam entender que cada local desse impõe um tempo-ritmo diferente, tanto para os atores, como para o próprio público.
Mas o maior ganho de hoje foi ratificar a minha consciência de que não posso usar O Pulo do Gato na rua, sem microfones. Precisamos ouvir os sons dos cachorros e gato, com nitidez, porque eles falam muito. E na apresentação de hoje o público não ouvia respiração, que é fundamental. Isto prejudicou o melhor entendimento do que queremos passar, apesar de em vários momentos os atores agarrarem o público, principalmente nas partes mais cômicas. E esse é o posicionamento que eu quero dos atores do espetáculo: se perceber que ali, na rua, o público é pego pela comicidade, pode usar desse artifício para segurá-lo e apresentar as outras partes, inclusive as que de cômicas não têm nada. Não é exagerar e fazer riso a todo custo, e sim tirar proveito do tempo-ritmo daquele ambiente. Espero que amanhã tenhamos um público bem maior, para podermos apresentar O Inspetor Geraldo.
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Eh sempre bom sentir o lado bom e o lado ruim, a gente sempre a aprende mais quando ver o que ta errado,para erratificar, mas eu particularmente não imagino vocês com pouco público. ^^)bjuxx
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