quarta-feira, 14 de abril de 2010

13/04/2010 – Tudo passa















Dionízio do Apodi

Depois do primeiro dia que não veio ninguém devido a chuva; do segundo, que também com tempo de chuva, não deu muita gente; hoje São Luis se mostrou para o nosso grupo. Deu muita gente. As cadeiras não foram suficientes, e ficou muita gente em pé, para assistir A Peleja do Amor no Coração de Severino de Mossoró. A televisão ajudou bastante. Além das matérias feitas ontem pelo Canal Brasil e SBT, que foram veiculadas hoje, também concedemos uma entrevista ao vivo, na afiliada da Rede Globo no Maranhão. Foram três minutos e meio, no jornal que acontece ao meio-dia. Repercutiu bastante a matéria, e hoje tivemos um grande público, e fizemos uma boa apresentação.
Não há nada como apresentar para uma boa quantidade de pessoas. O sentido do teatro está aí, nessa comunhão entre ator e público, entre almas, entre humanos.
Confesso que fiquei com medo de não aparecer muitas pessoas porque passou o dia inteiro chovendo. Mas a chuva hoje foi bondosa conosco. Ao nos prepararmos nos camarins, embaixo do palco, ouvíamos Zelito Coringa cantar, e a plateia reagir positivamente ao trabalho dele. A abertura de Zelito já é um termômetro, e dá para saber se tem muita gente ou não, se o público está aberto ou não.
Nas últimas apresentações aconteceram alguns erros na execução das músicas com os instrumentos. Para acabar com o problema, Antônio Marcos hoje chegou e disse: “façamos o seguinte: quem errar leva ‘dedada’”. Isso valeu apenas para os homens. Alguns relutaram, mas depois, na brincadeira todo mundo embarcou. Antônio Marcos e Maxson eram os mais afoitos com a brincadeira, e foram exatamente eles, os únicos que erraram. Eu, quando toquei a minha última música, o ´foi embora’, que Ludmila canta, fiquei aliviado. Não seria eu que levaria dedada. Maxson foi o primeiro a errar no piano, e de cara, todos começaram, nos bastidores, a brincar e tirar onda com a cara dele. Antônio Marcos tirou tanta onda com ele, cantou vitória antes do tempo, e no finalzinho do espetáculo também errou, e completou a lista dos que levarão dedada.
Saindo da brincadeira, foi bom ver pessoas de teatro, do grupo de Marcelo Flecha. Pessoas também de um grupo de São Luis chamado Tapete. Ah, havia um casal mossoroense na plateia, que ao final do espetáculo fez questão de falar conosco. O marido era do bairro do Alto da Conceição, e a mulher do bairro São José. Faz anos que moram em São Luis, e têm um filho, que também esteve assistindo o grupo. Como é bom ver mossoroense em outras terras. A gente começa a conversar e sente-se em casa. Disseram que amanhã voltarão de novo.
Recebi notícias não muito boas, de caráter pessoal, vindas de Mossoró. Mas estou forte, e pronto para vencer qualquer imprevisto. Na vida é necessário coragem. “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Tudo há de passar.
Lembro da historinha em que um jovem rei recebia presentes valiosos de seus súditos, quando um deles entregou um livro, e disse: esse livro tem duas páginas. Quando tiver na maior tristeza de sua vida, passando pela maior dificuldade, leia a primeira. E a outra deverá ser lida quando tiver passando pelo momento de maior alegria. O jovem rei, mesmo sem muitas expectativas de que o livro de duas páginas pudesse lhe servir, o guardou. O reino que era próspero, começou a não mais prosperar, e o jovem rei passou por um momento de muita dificuldade. Desesperado, ele lembrou do livro, e abriu na primeira página, e lá estava escrito: isto vai passar. Pensando naquilo, o jovem rei não mais se desesperou, e teve calma e inteligência para sair das dificuldades. Tempos depois, o seu reino prosperava como nunca antes, e todos no reino eram despreocupados porque nada destruiria aquela situação. O rei lembrou do livro e foi ler a segunda página, e lá estava escrito: isto também vai passar.

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